Aproveitando o clima de sexta-feira 13, peguei o túnel do tempo sentido 1998 para visitar Lenda Urbana, uma obra do subgênero slasher.
Enquanto organizava a introdução do artigo, já com o restante do texto pronto, não pude deixar de notar que compartilhei basicamente uma lista de pontos negativos, mesmo se tratando de um filme sapeca. Com isso, fica a retratação prévia que apesar de todo ~mimimi~, a recomendação é válida para curtir na madruga, beleza?!
Pega a visão:
Assassinatos baseados em lendas urbanas
O enredo propaga um folclore interessante, mesmo insistindo em jogar informações aleatoriamente na grande maioria do tempo. Escolhem uma lenda do nada, resumem o modus operandi dela e pronto, vamos para a próxima!
De qualquer modo, é uma abordagem funcional condicionar os crimes aos eventos relatados nas histórias locais.
Pincelando bem por cima, algumas delas são totalmente manjadas, como é o caso de Bloody Mary (ou Sangue de Mary na versão dublada), outras mais parecem inventadas pelos próprios roteiristas para encaixar na trama.
Nada novo, de novo
Clima repetitivo com pancadas de “eu já vi isso por aí”. Lenda Urbana não tenta minimamente que seja se enveredar por um novo caminho, figurando apenas como mais um dos filmes que secaram a fonte do slasher nos anos 90.
Começa investindo no arquétipo do falso protagonista, exibindo uma personagem que aparenta ser o centro da trama, mas acaba morrendo repentinamente.
Logo na sequência, uma enxurrada de personagens estereotipados, como o Paul Rudd genérico babacão, o engraçaralho da turma que adora aprontar, Jared Leto no papel de jornalista intelectual e a protagonista que ninguém acredita no que fala.
Inclusive, vale mencionar o tanto que o filme tira você para otário, empurrando goela abaixo que faz algum sentido ninguém perceber absolutamente nada ao redor!
Para completar o combo, ainda rola o tal do vilão imortal, que toma tiro, porrada e bomba, não tem superpoderes, mas sempre volta. Um daqueles filmes para lembrar de nunca jogar o assassino na água!
Spoilers sobre o final incoerente
Descobrimos nas últimas cenas que Brenda (assassina) namorava com o rapaz que foi morto por Natalie (protagonista) e Michelle (primeira a morrer) em uma brincadeira de mau gosto na estrada. Esse é o motivo para toda aquela matança!
Entretanto fica a indagação: faz sentido matar de qualquer jeito a pessoa que carrega a maior parcela da culpa, pensando em virar de cabeça para baixo e detonar todos ao redor da carona, réu apenas por estar dentro do carro durante o incidente?
Michelle foi a responsável pela brincadeira de mau gosto e teve uma morte rápida, não sofreu por ninguém ou teve que lutar por sua vida (pelo menos não de verdade, já que seu embate foi com o frentista que só queria ajudar).
Tentando justificar porcamente, Brenda até joga um papo de “você não estava dirigindo, mas o carro era seu”. Será que a motorista era desabilitada e os pontos foram para a carteira da dona do carro? É a primeira vez que vejo um conceito do Detran servir como base para uma vingança!