Confiante, chegando propositalmente à arrogância, e irônico ao extremo, Anthony Jeselnik empurra o suposto limite do humor em seu segundo especial na Netflix!
Fire in the Maternity Ward parece uma compilação de pensamentos avulsos. Tudo bem que esse é basicamente o conceito do stand-up, mas a postura do humorista, sempre comedido, além das linhas apresentadas, reforçam ainda mais o formato.
Não há clima de grande show, apesar de ser um deles, feito em um teatro onde a plateia está rindo altíssimo. Acaba soando como Jeselnik em um enorme comedy club.
O punch é sempre certeiro, quebrando a expectativa com maestria. Sua construção de piada costuma ser rápida, não necessita de um background alongado.
Boa parte das vezes o rapaz sequer perde tempo interligando histórias, o que por incrível que pareça é um trunfo, dá ritmo e dinamismo para a sessão.
Na verdade, quando ele estica muito, tentando permanecer em determinado caminho, pode até faltar graça. A sequência sobre deixar um bebê cair, por exemplo, considero uma barriguinha no show.
Espectadores mais habituados à cena brasileira devem encontrar semelhanças com Rafinha Bastos, principalmente há alguns anos no especial Péssima Influência.
Piadas “pesadas” jogadas rapidamente, como se não fossem absolutamente nada, mudanças drásticas de tema e o próprio modo indiferente de se portar no palco são alguns dos trejeitos vistos em ambos.