
Retornando aos palcos após anos caóticos, John Mulaney descreve problema com drogas e a respectiva reabilitação.
No seguimento inicial sobre necessidade de atenção, o comediante abusa das associações, jogando meia frase com a certeza de que toda a plateia pensará no mesmo complemento.
Apesar desse conceito funcionar bastante no stand-up, temos um problema quando seria mais engraçado simplesmente falar o restante da frase!
O mesmo vale para a pausa programada, onde há um tempo até que a plateia ligue os pontos para então prosseguir com a linha. John repete a técnica excessivamente, travando cada frase e, por decorrência, o texto no geral.
Por sorte estamos apenas nos primeiros 7 minutos de show. Logo, surge a abertura e percebemos que até o momento era tudo uma grande introdução, então aqui está um excelente turning point!
O ritmo fica bem mais agradável, assim como as piadas mais engraçadas. Algumas exigem referências estadunidenses, outras funcionam em qualquer lugar do mundo.
Ainda que o enunciador permaneça bastante tempo no mesmo tema, garante o entretenimento, distribuindo pequenos gracejos frase após frase. São poucos punches certeiros, mas sobram observações engraçadas.
Baby J está repleto de astúcia, as linhas são inteligentes e o storytelling muito bem organizado. Em constante crescente, por volta da metade do especial me vejo gargalhando com uma piada envolvendo Pete Davidson e Al Pacino.
A persona em destaque é confiante, porém, nada arrogante. Sua simpatia e eloquência estão entre os pontos fortes.
Comedido no ponto certo, claramente é um cara capaz de entregar fisicalidade, exageros, até demonstra em certos momentos, mas como o próprio menciona, não está mais nesse ponto da carreira.