Nas palavras do próprio comediante, o especial é uma “sessão de terapia gigante”, repleta de histórias pessoais e autodepreciação.
Quanto mais imbecil, melhor!
Realçando sempre que possível a expressão “leso”, escolhida como título do show, Murilo Couto manifesta sua burrice, mentalidade infantil e falta de maturidade. A linha de pensamento adotada culpa a comédia, ou melhor, tê-la como profissão, pelos supostos defeitos mencionados.
Frenético no palco, como de costume, está mais solto que arroz de festa, correndo, saltando, gritando e interpretando. Quando fala sobre sua experiência no teatro, por exemplo, exagera no humor corporal, mas sem vacilar na oratória.
Explorando o texto
As piadas são genuinamente engraçadas. No decorrer do ano, um dos especiais que mais me fizeram gargalhar!
O show é dividido em poucos segmentos. Para cada um deles, Murilo abre um leque de pequenas histórias relacionadas ao tema proposto, enquanto caminha para o desfecho.
Entre comparações ridículas, a exemplo da menção ao primo cirurgião cardíaco, e correlações hilárias, como o momento em que confunde o significado de cartório de imóveis, o comediante argumenta sobre não estar pronto para a vida adulta.
No caminho, brinca com a própria aparência, chegando a mostrar no telão uma foto de quando tinha 14 anos, no auge da esquisitice de um adolescente, abrilhantando com “aplauso eu acho vacilo.
O último ato
Fechando os pontos de leseira, Murilo foca na jornada até o primeiro beijo, divagando sobre os grupinhos do colégio, referência de beleza masculina (novamente aproveita o telão no palco) e sua imperícia na arte da conquista.
Trecho bem conduzido que inclui gestos exagerados, callback sutil, além de sacadas hilárias!